No mês em que se celebra o Dia Internacional do Empreendedorismo Feminino (19 de novembro), um levantamento do Sebrae Minas revela que o acesso ao crédito ainda é um dos principais desafios enfrentados por mulheres empreendedoras.
De acordo com a pesquisa Relacionamento Bancário das MPEs Mineiras 2025, entre as empreendedoras que buscaram financiamento, 36% enfrentaram dificuldades no processo e 45% não conseguiram o valor total solicitado — obtendo apenas parte dos recursos. O estudo, realizado entre julho e agosto deste ano, ouviu 225 empresárias de pequenos negócios em todo o estado.
Minas Gerais é destaque nacional no empreendedorismo feminino: mais de 40% dos pequenos negócios são liderados por mulheres. Dos 2,4 milhões de empreendimentos ativos, cerca de 967 mil têm uma mulher no comando — o que coloca o estado em segundo lugar no país, atrás apenas de São Paulo. O setor de Serviços concentra o maior número de lideranças femininas (580 mil), seguido pelo Comércio (274 mil).
Segundo a analista do Sebrae Minas, Débora de Souza, fatores estruturais ainda dificultam o acesso das mulheres ao crédito.
“As mulheres ainda enfrentam juros mais altos, menor histórico de formalização e menos garantias reais. Precisamos transformar essa realidade e ampliar suas oportunidades financeiras”, afirma.
Outro levantamento do Sebrae, a pesquisa Mulheres Empreendedoras 2025, reforça o cenário: 41% das entrevistadas apontam o crédito como o principal obstáculo ao iniciar um negócio. Além disso, 92% das empreendedoras financiam suas atividades com recursos próprios, e apenas 40% tentaram obter crédito, enfrentando exigência de garantias excessivas e falta de informação sobre linhas de financiamento.
Para reduzir essas barreiras, o Sebrae ampliou neste ano o alcance do Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe). Desde 31 de março, o programa passou a oferecer 100% de garantia nas operações de crédito para mulheres — antes o limite era de 80%. A mudança já resultou em mais de R$ 30 milhões em crédito garantido para empresárias mineiras.
Além do Fampe, o programa Crédito Assistido oferece acompanhamento personalizado às empreendedoras, orientando desde a solicitação até o uso estratégico dos recursos.
“Acessar crédito é importante, mas não é suficiente. É essencial saber como aplicar os recursos, entender prazos e custos, e investir de forma estratégica. Nosso papel é oferecer conhecimento e apoio para que cada mulher possa crescer de forma sustentável”, destaca Débora de Souza.
Com iniciativas como essas, o Sebrae busca reduzir desigualdades e fortalecer o empreendedorismo feminino, ampliando o acesso ao crédito e contribuindo para o crescimento econômico de Minas Gerais.
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