Na 4ª edição do Fórum Regional de Diversificação Econômica de Minas Gerais (FRDE), a Economia Criativa é um dos pilares das rodadas de discussões a serem deflagradas no Fórum.
Ela transforma talentos e expressões culturais em relevantes ativos econômicos, que impulsionam o desenvolvimento sustentável dos territórios. Sua riqueza não está no subsolo, mas na cabeça e nas mãos de quem cria. O evento acontece nos dias 25 e 26 de junho de 2025, na Sede do Sebrae Minas em Belo Horizonte.
O FRDE é realizado pela FEDERAMINAS, em parceria com SEBRAE, patrocínio das empresas Samarco, Vale, Cedro Mineração e da Associação das Mineradoras da Serra Azul (Amisa), com apoio do Invest Minas, BDMG, Governo de Minas Gerais | SEDE, SECULT.
Décio Coutinho é especialista em Economia e Cidades Criativas e ministrará a palestra: Economia criativa: Inovação e Sustentabilidade, às 9h, no dia 26 de junho. Decio nos traz que: “a economia criativa se destaca como estratégia vital para diversificação econômica, especialmente em regiões dependentes de setores tradicionais. Diferente de indústrias extrativas, ela se sustenta em criatividade, conhecimento e talento humano, reduzindo impactos ambientais. Além de impulsionar inovação e sustentabilidade, gera empregos inclusivos. Ao valorizar identidades culturais, fortalece cadeias produtivas locais e atrai turismo, criando produtos com alto valor agregado. Também fomenta startups e microempreendedorismo, diversificando a economia com soluções criativas. Essa abordagem reduz vulnerabilidades, aumenta a resiliência econômica e se consolida como modelo estratégico global.”
Felipe Zardin, diretor de Inovação e Tecnologia e Coordenador do Núcleo de Economia Criativa da Microempa, fará uma apresentação sobre o assunto no dia 26 de junho, às 17h e compartilha sua visão sobre o tema: “Falar sobre economia criativa na temática da diversificação econômica é essencial. Porque a criatividade, hoje, não é só diferencial — ela é infraestrutura para o futuro. Em um cenário onde os modelos tradicionais estão saturados ou exigindo reinvenção, a economia criativa oferece caminhos sustentáveis, inovadores e com alto potencial de inclusão. É nesse setor que surgem soluções que conectam cultura, tecnologia e impacto social. E mais do que ampliar o PIB, esse movimento amplia repertórios, ativa talentos locais e ressignifica o que entendemos por desenvolvimento. Não é sobre escolher entre indústria, serviços ou criatividade. É sobre integrar. E a economia criativa está pronta para estar à mesa das grandes decisões econômicas.”
Economia Criativa:
Economia criativa é o conjunto de atividades que têm a criatividade, o conhecimento e a cultura como insumos principais. Ela inclui setores como música, audiovisual, design, arquitetura, moda, artes cênicas, gastronomia, publicidade, tecnologia e patrimônio cultural. O diferencial é transformar expressões culturais e intelectuais em valor econômico.
Em municípios como Ouro Preto, Mariana e Itabirito, com forte identidade histórica e artística, a economia criativa pode ser um vetor de diversificação econômica. Atividades como restauro de patrimônios, criação de roteiros culturais, produção de artesanato de valor agregado, festivais de música ou literatura e inovação em design, inspirada na cultura, local geram renda e oportunidades de trabalho para jovens, artistas e empreendedores.
Por que é estratégica para a diversificação?
A economia criativa valoriza ativos intangíveis (cultura, conhecimento, talento) que não se esgotam como os recursos minerais. Ela permite o desenvolvimento local com identidade, inovação e inclusão social.
Investir em criatividade é uma forma sustentável de gerar novas oportunidades, estimular a juventude, manter talentos no território e reverter a lógica da dependência econômica. No Brasil, a economia criativa é responsável por 3,11% do PIB e emprega cerca de 7,5 milhões de pessoas nas mais de 130 mil empresas formalizadas (2023).
Exemplos reais
● Ouro Preto (MG): O artesanato em pedra-sabão e a ourivesaria barroca movimentam o turismo e o comércio local. A cidade também possui a Escola de Minas e iniciativas culturais vinculadas à UFOP, com incubadoras de economia criativa.
● Recife (PE): O Porto Digital é um dos maiores parques tecnológicos do Brasil, diante da integração de tecnologia, cultura e inovação, e geração de milhares de empregos em áreas como design e games.
● Diamantina (MG): O Festival de inverno atrai turistas com música, teatro e gastronomia, que estimulam novos negócios e a geração de emprego e renda.
● Bilbao (Espanha): A revitalização pós-industrial incluiu o Museu Guggenheim, que transformou a cidade em polo cultural.
Foto: Divulgação / Arquivo