O preço médio dos combustíveis comercializados em Minas Gerais apresentou uma leve queda na última semana de julho na comparação com os valores praticados no mesmo período do mês anterior. As informações constam em relatório elaborado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Amplamente utilizado no transporte rodoviário de cargas, nos ônibus urbanos e em máquinas agrícolas, o preço médio do diesel comum passou de R$ 5,81 para R$ 5,75, enquanto o etanol caiu de R$ 4,23 para R$ 4,19.
A gasolina comum também apresentou um recuo sutil, saindo de R$ 6,18 para R$ 6,16. Apesar de modestas, as quedas geram expectativas sobre os próximos movimentos no mercado de combustíveis, em um cenário de turbulências e incertezas na economia nacional e internacional.
De acordo com o economista Guilherme Almeida, uma redução da cotação do barril do petróleo (brent) – que tem oscilado para baixo nas últimas semanas – pode ser uma das principais justificativas para a ligeira retração. No acumulado do ano, os indicadores no preço do barril de petróleo também indicaram queda de 3,57%.
“Esse recuo, obviamente, entra no custo de produção, principalmente porque o petróleo é a principal matéria-prima da gasolina e do diesel e essas quedas tendem a se refletir nos preços domésticos, especialmente na bomba”, destaca o economista.
Somado a isso, uma valorização do real frente ao dólar nos últimos meses também contribuiu para o cenário observado do momento. A elevação no câmbio nacional, segundo o economista, reduz o custo de importação dos combustíveis e beneficia tanto a Petrobras, quanto importadoras privadas, abrindo espaço para a queda no preço interno. “Nesse processo, há uma defasagem nos preços e por isso só estamos observando esse repasse agora”, avalia.
Em relação ao etanol, os bons resultados na safra de cana-de-açúcar para 2025 seguem pressionando para baixo os preços da matéria-prima, resultando em um aumento da oferta no mercado interno. Para Almeida, isso se reflete uma oferta elevada do insumo para a produção do etanol, além de impactar ainda no preço final da gasolina. “Como a gasolina aqui no Brasil contém um percentual muito alto de etanol anidro, essa dinâmica ela acaba contribuindo também para reduzir o preço médio”, acrescenta.
‘Tarifaço’ e avanço nos preços do barril de petróleo tendem a elevar custos nos próximos meses
Apesar do cenário positivo, se concretizado o tarifaço de 50% anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a tendência será uma nova depreciação do real frente ao dólar, o que deve alavancar os custos nos próximos meses.
Somado a isso, o economista ressalta que, já na última semana, o custo do barril de petróleo avançou 1,2%, acumulando uma elevação de 5% em julho. “Temos um somatório desses dois ingredientes: o maior preço do barril do petróleo e um maior custo do dólar frente ao real. Isso tende a impactar, para cima, o preço dos combustíveis na bomba nos próximos meses”, avalia.
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